Foi há 51 anos, em março de 1973, que a primeira prova objetiva para o cargo de defensor público foi realizada. Em um Brasil com a desigualdade social acentuada, 196 candidatos que desejavam defender a parcela carente da população fizeram o concurso, que disponibilizou 20 vagas para aqueles que teriam o título de primeiros defensores públicos concursados do Rio de Janeiro. Este certame teve seu resultado homologado em 24 de maio de 1973.
Os primeiros cargos de defensores públicos foram criados em 1954. Na época, a assunção ao cargo era feita por através de nomeação do governador. O que se conhece hoje como carreira de defensor só foi consolidada em julho de 1973, quando 17 pessoas foram nomeadas após passarem na prova daquele ano. Foram elas(es): Luis Amaral Gualda, Jane Rezende Medina, Adilson Vieira Macabu, Marilena Rocha, José Armando Pinheiro da Silveira, José Rezende Bezz, Fidelis Pereira da Silva, Alódio Moledo dos Santos, Antônio Évio de Souza, Luiz Carlos Peçanha, Ulisses Monteiro Ferreira, Helina de Moura da Luz Rocha, Dalton José Mello Oliveira, Nilza Bitar, Cecy Maria Santoro Barbosa de Godois, José Mello Oliveira e Mario Tobias Figueira de Mello Filho.
Apesar de 17 defensores terem sido empossados no mesmo ano das provas, outras 27 pessoas foram aprovadas no mesmo concurso, mas só foram assumir o cargo em 1977, após a fusão do Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara.
A defensora Marilena Rocha, empossada em 1973 pelo 1º Concurso e hoje aposentada de seus serviços, foi entrevistada para o documentário da DPRJ “Paixão Verde”, em 2022. Nele, expressa a satisfação de ter exercido sua função.
– É uma coisa extraordinária. Você dá a oportunidade às pessoas que não têm condição financeira de ter sucesso nas ações que promovem, de ser atendidas com educação e toda atenção. É uma coisa muito boa. – diz Marilena.
O último concurso público com defensores empossados aconteceu no ano de 2021. Rita de Cássia Gomes, titular da segunda DP de Japeri e concurseira daquele ano, fala sobre o diferencial do 27º Concurso que, pela primeira vez, contou com o sistema efetivo de cotas raciais.
– Acredito que tenha sido o concurso mais plural que já tivemos dentro da instituição. Para mim sempre foi um sonho estar aqui, onde eu me enxergava como profissional no direito. É uma instituição que eu sempre admirei, e ser defensora aqui é resistir e lutar por mais igualdade. – diz Rita.
Hoje, encontra-se em fase de finalização o 28º Concurso que contará com mais de 30 novas defensoras e defensores.