Hoje, as mulheres são maioria na Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Dos cerca de 5,6 mil postos de defensores(as), servidores(as), residentes e estagiários(as), atualmente, 63% são ocupados por mulheres. A verdade, contudo, é que a presença feminina se fez presente desde os primórdios da instituição. Em 1958, a Lei n° 3.828 criou mais três cargos de defensores, resultando na nomeação da primeira defensora pública da qual se tem notícia, Maria Nice Leite de Miranda.
Manira Abo-Gaux de Martino também está entre as primeiras defensoras públicas do estado. Um documento de 18 de setembro de 1957, assinado por Vasconcelos Torres e endereçado ao então governador Miguel Couto Filho, a indicava para o cargo. Não há registro oficial de quando ela começou realmente a exercer a função, mas sabe-se que ela assistiu juridicamente a população pobre do interior e da capital. Muito conhecida no meio da justiça, recebeu a Medalha de Honra da Procuradoria dos Defensores Públicos.
A trajetória dessas pioneiras foi importante para que a DPRJ pudesse, quase sete décadas depois, eleger uma mulher como defensora pública-geral do Estado. “É necessário e urgente que os debates a respeito do papel da mulher dentro dos sistemas de poder, hoje predominantemente masculinos, sejam trazidos para o dia a dia de uma carreira predominantemente feminina e que conta, portanto, com maior parte de seu quadro formado por defensoras, servidoras, residentes e estagiárias”, destaca a chefe institucional.