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Neste ano de 2024, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro completa 70 anos de sua criação. Em 21 de julho de 1954, a Lei n.º 2.188 criou os seis primeiros cargos de defensor público, vinculados à Procuradoria Geral do antigo Estado do Rio de Janeiro. Desde então, a Defensoria vem crescendo e se expandindo até se tornar a instituição que conhecemos hoje, com mais de três milhões de atendimentos prestados apenas no último ano. A criação da Defensoria Pública representou um marco na luta pelos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade.

Defensoria Pública leva acesso à Justiça a todo o estado

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro está presente em 100% do território do estado. Desta forma, proporciona à população acesso à justiça, de forma integral e gratuita, em todas as comarcas fluminenses. A instituição presta assistência jurídica em áreas como o direito de família, saúde pública, consumidor, penal, cível e direitos humanos, e atua em defesa das mulheres, dos idosos, das crianças e dos adolescentes, entre tantas outras frentes. Esse trabalho é realizado pelas 757 defensoras e defensores públicos ativos, 1.500 servidoras e servidores, 605 residentes jurídicas e jurídicos, bem como 2.217 estagiárias e estagiários que integram a DPRJ. Os atendimentos ocorrem em casos individuais e coletivos, nas 174 sedes da instituição ou nas centenas de ações sociais e nas ações extraordinárias que ocorrem de forma programada ou que são promovidas sempre que necessário.

Da falta de estrutura à referência no modelo de acesso à Justiça

A Defensoria nem sempre atuou de forma estruturada. Nos primeiros anos após a criação dos cargos de defensores, na década de 1950, eram comuns os relatos quanto à falta de pessoal e insumos para o atendimento ao público. Reportagens da época mostravam desde o número insuficiente de defensores até problemas como a falta de mesas, cadeiras, máquinas datilográficas e até papel. É o caso da matéria do Correio da Manhã, da edição de 25 de junho de 1957, que tinha como título “Justiça que atende pobreza também é pobre”. As últimas sete décadas foram de muitos avanços para mudar esse quadro e tornar a Defensoria Pública a referência que é, atualmente, acerca do modelo público de acesso à justiça pela população em situação de vulnerabilidade. A efetividade da autonomia funcional, administrativa, financeira e orçamentária, além da iniciativa para a apresentação de projetos de lei, conquistada com o passar do tempo, foram essenciais para a consolidação da missão da instituição.

HISTÓRIA

O ínício

Reprodução da Lei Estadual que criou os primeiros cargos de defensores
Foi em 21 de julho de 1954, em Niterói, que a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro nasceu, por meio da Lei Estadual n° 2.188, aprovada no governo de Ernani do Amaral Peixoto.
A lei criava na estrutura administrativa da Procuradoria Geral do antigo Estado do Rio de Janeiro, os primeiros seis cargos de defensor público que seriam ocupados por nomeação e receberiam proventos semelhantes ao cargo de promotor de 2ª entrância.
Os primeiros defensores públicos, nomeados pelo poder Executivo do antigo Estado do Rio de Janeiro, tomaram posse em dezembro de 1954. Foram eles: José de Carvalho Leomil, Messias de Moraes Teixeira, Alcy Amorim da Cruz, Nelson Joaquim da Silva, Herval Basílio e Antônio Carlos Nunes Martins.
Assim que os primeiros cargos de defensores públicos foram criados e os seis tomaram posse, passaram a atuar nas comarcas do antigo Estado do Rio de Janeiro de maior movimento: Niterói, São Gonçalo e Petrópolis.
Esses defensores se reuniam na mesma sede da Procuradoria-Geral de Justiça do antigo Estado do Rio de Janeiro, que, na época, era o Palácio da Justiça de Niterói, hoje sede do Museu da Justiça.

Paixão Verde: a Defensoria Pública do Rio de Janeiro em suas primeiras décadas

Preservar a história da Defensoria Pública é o objetivo do documentário “Paixão Verde”, que traz depoimentos sensíveis e verdadeiros das primeiras defensoras e defensores que ingressaram na carreira sobre o começo da DPRJ. Situações mais sentimentais da dura trajetória para conquistar os direitos e garantias que existem hoje são algumas das temáticas trazidas pelo filme. 
Ele faz parte do Projeto Memória, criado pela instituição para preservar a história. Ao mesmo tempo, é uma homenagem a quem, em condições adversas, construiu as bases da Defensoria no Estado do Rio de Janeiro. Com realização do Centro de Estudos Jurídicos da DPRJ (Cejur) e produção da Hey Filmes, as gravações tiveram início em maio de 2022. Foram feitas 26 entrevistas, que contêm importantes relatos sobre a árdua caminhada da Defensoria até os dias atuais.
O documentário traz entrevistas dos defensores aposentados Adilson Vieira Macabu, Alódio Moledo dos Santos, Célio Erthal Rocha, Célio Lopes de Souza, Edilson Miranda Henriques, Elmar Rodrigues Martins, Geraldo dos Santos Machado, Helina de Moura Luz Rocha, Ideel Coelho Silva, Iédio Rosa da Silva, Jane Rezende Medina, José de Souza Gama, Liszt Benjamin Vieira, Luiz Alberto de Souza Lemos, Manoel de Brito Varela, Maria Nice Leite de Miranda, Marilena Rocha Lovisi, Nilton Dias Martins, Orlindo Elias Filho, Paulo Edmundo Augusto Lopes, Rafeles Faria, Roberto Patrício Netuno Vitagliano, Sylvio Alvares da Cunha Filho, Tania Marcia Autuori Spitz, Telma de Freitas Ráfare e Valdemiro Garrido.

Contexto político da época

Empossado em 1951, Ernani do Amaral Peixoto era genro do Presidente Getúlio Vargas, casado com sua filha Alzira Vargas. Ele fora ajudante de ordens de Getúlio Vargas (1933- 1937); interventor do Estado do Rio de Janeiro (1937-1945) e exercia então a função de Governador do antigo Estado (1951-1955). O anúncio dos seis primeiros cargos de defensores públicos ocorreu em 21 de julho, um pouco mais de um mês antes do suicídio de Vargas, em 24 de agosto. Ou seja, num período de intensa crise política.
Em 1951, existiam 2.104 sindicatos no Brasil, e a inflação era altíssima. Entre meados de 1952 e o fim de 1953 o clima de protestos sociais era intenso. Ocorreram famosas manifestações populares, como a greve dos 300.000 e as agitações da “Panela Vazia”.
Diante de um cenário de grande instabilidade política, a Defensoria Pública do antigo Estado do Rio de Janeiro foi criada e, cerca de um mês depois, o presidente Getúlio Vargas tirava a própria vida.
A então capital da República tornou-se palco de intensas agitações, influenciando diretamente a articulação política do Estado da Guanabara. Contudo, mesmo naquele contexto, os primeiros defensores foram nomeados ainda em dezembro daquele ano.

Galeria de ex-chefes institucionais

  • Omar Marinho Vieira

    1982 - 1983
  • Orlindo Elias Filho

    1983 - 1983
  • Dácio da Costa Guerra

    1983 - 1985
  • Raul Fernando Portugal Filho

    1985 - 1987
  • André Luiz de Felice Souza

    1987 - 1989
  • Técio Lins e Silva

    1987 - 1990
  • João Marcello de Araújo Júnior

    1990 - 1990
  • João Simões Vagos Filho

    1990 - 1991
  • José Carlos Tórtima

    1991 - 1994
  • Luiz Paulo Vieira de Carvalho

    1994 - 1994
  • Roberto Patrício Netuno Vitagliano

    1995 - 1998
  • Oswaldo Deleuze Raymundo

    1998 - 1998
  • Marcelo de Menezes Bustamante

    1999 - 2006
  • José Raimundo Batista Moreira

    2007 - 2010
  • Nilson Bruno Filho

    2011 - 2014
  • André Luiz Machado de Castro

    2015 - 2018
  • Rodrigo Baptista Pacheco

    2019 - 2022

GALERIA DE FOTOS

Senhora recebe atendimento na Defensoria Pública.
Pessoas aguardando atendimento na sede da DPRJ.
Atendimento ao público em ação social.
Sede Administrativa da DPRJ na Capital.
Frota da Defensoria Pública que atendia na Justiça Itinerante.
Greve dos defensores por melhores condições de trabalho.
Defensoria Pública promove ação social para atendimento ao público.
Atendimento na sede da Defensoria, na capital.
Início das obras da sede da Fesudeperj.

UMA DEFENSORIA FEMININA

Hoje, as mulheres são maioria na Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Dos cerca de 5,6 mil postos de defensores(as), servidores(as), residentes e estagiários(as), atualmente, 63% são ocupados por mulheres. A verdade, contudo, é que a presença feminina se fez presente desde os primórdios da instituição. Em 1958, a Lei n° 3.828 criou mais três cargos de defensores, resultando na nomeação da primeira defensora pública da qual se tem notícia, Maria Nice Leite de Miranda.
Manira Abo-Gaux de Martino também está entre as primeiras defensoras públicas do estado. Um documento de 18 de setembro de 1957, assinado por Vasconcelos Torres e endereçado ao então governador Miguel Couto Filho, a indicava para o cargo. Não há registro oficial de quando ela começou realmente a exercer a função, mas sabe-se que ela assistiu juridicamente a população pobre do interior e da capital. Muito conhecida no meio da justiça, recebeu a Medalha de Honra da Procuradoria dos Defensores Públicos.
A trajetória dessas pioneiras foi importante para que a DPRJ pudesse, quase sete décadas depois, eleger uma mulher como defensora pública-geral do Estado. “É necessário e urgente que os debates a respeito do papel da mulher dentro dos sistemas de poder, hoje predominantemente masculinos, sejam trazidos para o dia a dia de uma carreira predominantemente feminina e que conta, portanto, com maior parte de seu quadro formado por defensoras, servidoras, residentes e estagiárias”, destaca a chefe institucional.

NOTÍCIAS

As notícias sobre os 70 anos da Defensoria Pública são produzidas pela Diretoria de Comunicação e pelo Centro de Memória da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Diretoria de Comunicação | Segunda à sexta, das 8h às 20h. | Email: imprensa@defensoria.rj.def.br | Tels: (21) 2332-0939 / 2332-6043

CAMPANHAS MULTIMÍDIAS

Ao longo das sete décadas da Defensoria Pública do Rio, grandes avanços estruturais ocorreram e foram fortalecendo a instituição. Nesta série de posts do Instagram, compartilhamos um pouco das vivências dessa caminhada e trazemos um pedaço desses 70 anos bem vividos que formaram a casa da cidadania.

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